Ao amor de uma vida, enjeitam-se abraços eternos e beijos que não terminam em lábios carnudos. Sugam-se em bailados de línguas ávidas de cor e luz. Abraçam-se, entreabertas, as formas do prazer. Entregam-se. Desnudam-se. Ao amor da vida, voam dedos em pontas que vão e vêm, desenhando espirais arrepiadas de deleite, na pele que aguarda. Esperas eriçadas de suspiros ardentes e desejos ofegantes. Ao amor de uma vida, beija-se o tempo. Aguardam-se olhares cúmplices, de amores gritados ao vento. Sopram-se beijos de olhos fechados. Ao amor de uma vida, ama-se e diz-se e vive-se, respirando o cheiro a sono, das manhãs. Abraçam-se peitos em peitos de pele fresca. Despertam-se sentidos de olhos fechados. Enamorados. À vida, feita de amor, olha-se de frente, em horizontes perfeitos de final de dia. Suspira-se saudade. O amor de uma vida respira-se hoje, amanhã e sempre. Para sempre. Onde um beijo encerra o universo selado nos lábios. Amar, assim, é candura é doçura. É encerrar o mundo todo na loucura. É ser-se um mundo pleno de ternura. Amar, de uma vida, és tu. Sou eu. Somos nós. Eternamente nós