A magia existe, afinal. Não é de conto de fadas, nem de filmes de cinema. É real, palpável e constrói-se numa história de amor puro. Puro, por ser despretensioso, por não ser procurado, por bater à porta quando não se esperava, tal como um convidado inesperado que aparece à hora de jantar e fica pelo serão fora e transforma um dia aborrecido no melhor dos dias. O mundo pára, com a magia. Deixa de rodar. Fica estático em momentos de mel, saboreados entre beijos de quem ama, de que sente com a ponta dos dedos e saboreia com a doçura de uma alma que encontra o seu par. As mãos, que perdem noção do tempo e do espaço, vagueiam na descoberta e a cada toque, a cada carinho, a cada paragem, encontram sensações de êxtase, que paralisam o tempo. Tudo pára. Inerte. O mundo deixa de contar, deixa de existir. Simplesmente desaparece. Entre toques fugazes, olhares de amor que penetram a alma e saboreiam o infinito, encontram-se os lábios que beijam, ora docemente, ora ardentemente. Bailam as línguas em Boleros de desejo e passeiam-se lábios pela pele que eriça e estremece de desejo. Voam as mãos pelas pernas, pelas coxas, pelos seios. Apoderam-se da alma que existe num só. Entrelaçam-se os beijos às mãos, na pele que pede mais, no seio erecto que mostra o desejo e pede que o tempo continue parado. Deslocado do espaço, que vive só, num casulo a dois, de dois corpos que amam e se amam.