Eu desmanto a pedra que cai
E pinto de negro o vale que vai
Entre caminhos sujos e sórdidos
De jeitos soltos e modos melosos
E despinto de branco a pradaria
Que verde queria talvez um dia
Viver de prazer que sem ser podia
Com tanta mania de ser que seria
A bela donzela que de pranto caía
O manto do pranto que querer se queria
Em verde já branco dessa pradaria
No banco do canto do vale que perdia
A pedra caída no negro jazia
E a bela donzela já nada seria
Nem pranto nem manto nem nada teria
Pois tudo seria se não se fugia
De cada vez mais uma vez quedaria
No mesmo de sempre naquilo seria
A fraca de sempre que mais burlaria
E já nem donzela nem bela podia.