Amar-te num espinho em erva doce
De rosas pretas de laço atado
É ter-te em beijos sem tempo pedido
Ou tempo perdido de não haver beijo
É amar-te assim como quem beija
Sem nunca beijar ou saber tão-pouco
Que o beijo que penso é nosso beijar
Pois nada até hoje foi beijo sequer.
Amar-te é rio de jogas brilhantes
Que lisas se quedam no leito que corre
Do tempo que espera o abraço perdido
Ao tempo que vai a alma gritar
A força do beijo que beija a seguir
A boca que ama a tua que espera
Num beijo pedido e esperado no tempo
Que dizem que amar é apenas
O nosso beijar.